sexta-feira, 20 de julho de 2012

As noites escuras pelas quais eu vi o rei passar

"A noite todos os gatos são pardos"; "A noite a bruxa está solta". Dizeres, palavras, expressões que servem para dizer, de um lado, de que na escuridão tudo é igual e, de outro, para se referir às múltiplas questões que acontecem na noite. A noite é isso, mas também é aquilo. Na escuridão da noite é que a melancolia se amplia, que o suicídio acontece, que o estupro se passa, que o amante ama, que o poeta escreve, que o outro sofre.

Posso dizer que as noites estão por aí e, nas noites do verão europeu tudo pode acontecer. Por um breve momento, em algumas noites escuras eu vi o rei passar; em outros momentos, nada de reinado, nada de glamour, mas apenas as vicissitudes de um país a empobrecer. Também vi o rei passar e este rei chama-se Eduardo VII: trata-se de um belo parque, ao estilo inglês, que fica na região central de Lisboa. Visita obrigatória, seja dia, seja noite.

Nas noites de calor o parque fica com um bom movimento de casais de namorados, pessoas a passear com os cães, famílias que por ali se divertem e, também, rapazes que procuram outros rapazes para dar uns amassos por ali mesmo.

Nas alamedas laterais do parque há belos prédios, casas e mansões históricas, além de uma enorme e belíssima bandeira de Portugal que tremula no alto do parque.

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